finanças em família

Finanças em família

Senhores, na escuta?!

Para quem leu os posts anteriores e já começou a aplicar os passos rumo à independência financeira, tenho certeza que já percebeu alguma mudança nas finanças. Se você já mudou sua mentalidade sobre como utilizar seu soldo, como fazer dívidas e de se pagar primeiro, parabéns! Caso você ainda não tenha aplicado os conhecimentos passados aqui, não perca mais tempo, comece agora.

Se você já aplica os conhecimento, o assunto de hoje será mais direcionado para sua família. A educação financeira não pode ser somente de uma pessoa na família e sim de todos. Falar de finanças em família é muito importante e acredite, muito desafiador. A maioria não vai querer ouvir. Filhos? Estes acham que você é rico e pão duro só porque não quis comprar aquele iPhone na promoção por R$ 5.500,00.

A falta de controle financeiro e consequentemente da educação financeira em uma família causa até a destruição da mesma. Muitas pessoas se separam por causa de dinheiro. Outras entram em dívidas gigantes porque não sabem dizer não. Evite que isso aconteça e trate de falar de finanças em família.

Casais inteligentes enriquecem juntos

Em primeiro lugar gostaria de indicar um livro do Gustavo Cerbasi. O livro chama-se: Casais Inteligentes Enriquecem Juntos. É um excelente livro onde ele mostra bem a educação financeira de um casal. Ele dá exemplos de casais que fizeram tudo certinho e nunca tiveram problemas e de casais que se enfiaram em dívidas.

finanças em família

É fundamental que as contas sejam compartilhadas com seu par. De nada adianta um gastar e o outro economizar e já vi muito isso acontecer. Os gastos devem ser conversados antes de acontecerem. Tenho amigos que se enfiaram em dívidas porque quando um comprou um celular, o outro se sentiu na obrigação de comprar também. Isso vai levando as contas à ruína.

O livro vai ajudar você e seu par a organizarem as contas e a tratarem de dinheiro juntos. Interessante é que os dois leiam ao mesmo tempo e, se tiverem filhos, é super interessante que eles leiam também. Não é porque o título cita casais inteligentes que os filhos não podem ler. No final das contas, trata-se de educação financeira e finanças em família.

Fale de finanças com sua família

Muitas pessoas não conversam sobre as contas. Na minha família era um tabu falar o quanto se ganhava por mês. Saber quanto tinha na conta de um ou de outro era um crime. Saber senha do cartão então, nem se fala né. Isso é um grande erro. Claro que para você falar quanto ganha você precisa confiar na pessoa. Não vai sair por aí falando o quanto ganha, mas neste caso estamos falando do seu par. Vamos ver algumas dicas para tratar de finanças em família.

Dividir as contas

Quando os dois estão alinhados com a vida financeira, dividir as contas é essencial. A divisão das contas tem que levar em consideração o quanto cada um ganha. Se um ganha mais do que o outro, não é justo que apenas um pague tudo. Neste caso, pode-se fazer uma proporção dos gastos. A responsabilidade de ter que separar o dinheiro das contas no início do mês é importante independente de quanto se ganha.

Faça assim, some todas as contas. Para isto, deixe tudo anotado na planilha financeira. Veja o quanto cada um ganha e faça uma proporção. Por exemplo, digamos que um ganhe 5000 e outro 2500. Logo, um ganha metade do outro então deverá pagar proporcionalmente. Somando os dois soldos vocês têm 7500, ou seja, um tem ⅔ do valor e o outro ⅓.

Imagine que as despesas totais sejam de 4000. Se dividissem meio a meio, um ficaria com 500 reais e o outro com 3000, pois cada um pagaria 2000. Já fazendo a proporção, um pagará 66,6% e o outro 33,3%. Fazendo os cálculos temos: 4000 X 66,6% = 2664. Logo, faltam 1336 para fechar os 4000. (estou arredondando os cálculos por causa da dízima periódica). Desta maneira, para quem ganha 5000 sobra 2336 (5000-2664), e isto representa 47% (2336/5000). Fazendo os mesmos cálculos para o outro teremos a mesma porcentagem. 2500-1336 = 1164 e este valor representa os mesmos 47% (1164/2500).

Entenderam os cálculos? É preciso um pouquinho de conhecimento em porcentagem para fazer este cálculo certinho mas se você entendeu que quem ganha mais paga mais, já é mais da metade do caminho. Desta forma, cada um tem 47% do seu salário para fazer o que quiser. Quer comprar aquela bolsa cara? Compre com esse dinheiro. Quer comprar aquela chuteira maneira? Compre com esse dinheiro.

Criem uma conta conjunta

Criem uma conta conjunta para pagar essas contas em comum e para contas corriqueiras como restaurantes, mercados e outras. Coloquem a mesma proporção na conta e quando forem a um restaurante, paguem com o cartão da conta conjunta. Desta maneira, vocês também dividem proporcionalmente esses gastos.

Dinheiro para compra de coisas comuns como troca de um carro, compra de uma casa ou viagem, deve estar nesta conta sempre respeitando a proporção. Tudo o que for em comum, para o exemplo acima, um pagará ⅔ e o outro ⅓. Porcentagem é um pouco complicado de entender mas ela é justa então sempre tentem calcular a porcentagem.

Criando a conta conjunta você evita muitas brigas. Lembra que comentei que quando um compra um celular o outro acaba achando que tem que comprar também? Então, nesta metodologia isso não acontece porque cada um vai comprar seu celular com os 47% que sobraram.

Inclua seus filhos nas finanças

Com os filhos faça a mesma coisa. Pague uma mesada para eles e ensine-os a administrar. Explique que aquele dinheiro é para comprar tudo o que eles quiserem como lanches, cinema, revistas dentre outras coisas. Geralmente, filhos não têm renda e não pagam contas básicas como luz e água.

Se quiserem algo de presente, considerem não comprar mas sim passar o dinheiro para eles comprarem. Isso vai fazer com que criem responsabilidade e pensem duas vezes se querem gastar ou não. Por exemplo, seu filho quer um iPhone de 2 mil reais e você vai dar de presente. Ao invés de comprar o iPhone em 10 vezes, dê a ele 200 reais durante 10 meses e deixe que ele administre. Se ele ganha 300 de mesada, agora ganhará 500 porque 200 é do iPhone. Se ele gastar menos da mesada e guardar mais, poderá comprar o iPhone mais cedo.

O importante é que todos aprendam que economizar é necessário e que quanto mais você guardar agora, melhor para o futuro. Geralmente as crianças não têm essa disciplina mas temos que forçar. Minha filha gosta de refrigerante e quando a gente vai a algum restaurante, eu digo que ela vai pagar a bebida dela. Como refrigerante em restaurante é caro, ela pensa duas vezes e acaba não bebendo. Antes disso, bebia dois ou três.

Conversem sobre dívidas que pretendem fazer

Se um dos dois pretende fazer uma dívida grande, converse com o outro. Não gaste mais do que aqueles 47% do nosso exemplo, caso contrário alguém vai ter que te socorrer e vai ser o seu par ou o banco cobrando juros. Ah, pode ser seu pai também mas alguém vai pagar a conta da irresponsabilidade que você cometeu.

Muitas das vezes ficamos cegos para comprar algo e quando conversamos, a outra pessoa pode estar mais lúcida e mostrar que não é a melhor hora para aquela dívida. Juntos poderão traçar um plano para aquisição do que quiserem e sem dívidas ou brigas. Temos que aprender a esperar para comprar algo. O que você economiza agora, vai te beneficiar no futuro.

O teste do Marshmallow

Você conhece o teste do marshmallow? Ele foi feito há muitos anos com crianças. À essas crianças foi oferecido um marsmallow a mais caso não comessem o que elas tinham até que a moça do teste voltasse. O que vocês acham que aconteceu? Vejam o vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=LHbOkjOEusM

Forte não é? Mas isso acontece com nós adultos. Nós preferimos fazer um mega financiamento agora para obter algo, mas não juntamos o dinheiro para comprar depois sem pagar juros. No fim, somos a criança que come o marshmallow. Tragam isso para suas vidas e vejam se não nos comportamos exatamente assim.

Conclusão

Uma das coisas mais difíceis no planejamento financeiro de uma família é que todos tenham educação financeira. Muitos são os casos de famílias que se desestruturam por conta de um gastar mais do que o outro. Os filhos também têm participação importante nesse processo.

Considere sempre conversar e incluir todos da família nas finanças. A tarefa é árdua mas quem disse que seria fácil? Esse tipo de dificuldade deve ser enfrentada ou a ruína nas finanças em família é certa. Disciplina financeira para todos na família.

E você? Como tem se saído com suas finanças? Tem família? Já trata de finanças com todos? Consegue implementar esses passos citados acima? Deixe nos comentários se você consegue ou não. Não vamos dar o assunto por esgotado mas para este post é suficiente.

Nossa lida, vossa vida, Brasil!

Mendes

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3 thoughts on “Finanças em família

  1. As finanças em família é um assunto complicado devido às diferenças culturais, que refletem em prioridades diferentes para cada um. Não é fácil ser educado financeiramente sendo apenas uma pessoa, em um grupo a complexidade aumenta.

    Acho que uma das questões das finanças em família é dosar transparência e privacidade. Acho que todos temos direito de gastar uma parcela do nosso dinheiro sem precisar dar satisfação.

    Em relação a proporção de despesas, quando um dos cônjuges ganha renda de forma variável, exige um pouco mais de atenção para não fugir da equidade.

    1. Exato Raillander, as finanças em família é muito difícil mesmo mas esta dificuldade vem da falta de educação financeira na própria família. Imagino que você, assim como eu, não deva ter tido esse tipo de educação por parte da sua família, então é difícil pra implementar mas também acredito que você fará isso com seus filhos então o efeito demora a aparecer.Sendo um só na família, piora mais ainda.

      Quanto a gastar uma parcela sem dar satisfação, concordo plenamente. Veja que no post eu expliquei que cada um contribui com uma parcela e o que sobrar é para fazer o que quiser. É importante ter independência e autonomia.

      Abraço!

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